sábado, 13 de fevereiro de 2021

Anestesia Local em Odontologia (Maxilar)

ANESTESIA MAXILAR


Obter anestesia clinicamente adequada na maxila raramente é um problema. O osso fino e poroso da maxila permite a rápida difusão do anestésico local até o ápice do dente a ser tratado. Por esta razão, muitos dentistas empregam apenas a anestesia supraperiosteal (ou “infiltração”) para a maioria dos tratamentos na maxila. Somente em raras ocasiões há dificuldade no controle da dor na maxila. A mais notável, evidentemente, é o dente com envolvimento pulpar, pois devido à infecção ou à inflamação, o uso da anestesia supraperiosteal está contraindicado ou é ineficaz. Nos dentes sem comprometimento pulpar, os problemas mais comumente observados na obtenção de uma anestesia pulpar adequada por injeção supraperiosteal ocorrem no incisivo central (cujo ápice pode situar-se sob o osso mais denso e a cartilagem do nariz), no canino (cujo comprimento da raiz pode ser considerável, sendo a solução de anestésico local depositada abaixo do ápice), e nos molares superiores (cujos ápices das raízes vestibulares podem estar cobertos por osso mais denso do arco zigomático — um problema mais frequentemente observado em pacientes com idade de 6 a 8 anos e cuja raiz palatina pode divergir em relação ao palato, tornando muito grande a distância para a difusão do anestésico local). Nestas situações, é essencial o uso de anestesia por bloqueio regional, para que haja sucesso clínico no controle da dor. Na realidade, dois bloqueios bastante seguros e simples — o alveolar superoposterior (ASP) e o alveolar superoanterior (ASA) — possibilitam o tratamento odontológico sem dor em praticamente todos os pacientes. A anestesia palatina, embora comumente considerada muito traumática, na maioria dos casos pode ser obtida com pequeno ou nenhum desconforto para o paciente.

Existem várias técnicas de injeção disponíveis para se obter anestesia clinicamente adequada dos dentes e dos tecidos duros e moles da maxila. A escolha da técnica específica a ser utilizada é determinada, em grande parte, pela natureza do tratamento a ser realizado. As seguintes técnicas estão disponíveis:
1. Supraperiosteal (infiltração), recomendada para um número limitado de protocolos de tratamento;
2. Injeção no ligamento periodontal (LPD, intraligamentar), recomendada como adjuvante às outras técnicas ou para um número limitado de protocolos de tratamento;
3. Injeção intrasseptal, recomendada basicamente para técnicas cirúrgicas periodontais;
4. Injeção intracrista, recomendada para o tratamento de dentes isolados (basicamente molares mandibulares) quando outras técnicas forem malsucedidas;
5. Injeção intraóssea (IO), recomendada para o tratamento de dentes isolados (basicamente molares mandibulares) quando outras técnicas forem malsucedidas;
6. Bloqueio do nervo alveolar superoposterior (ASP), recomendado para o tratamento de vários dentes molares em um quadrante;
7. Bloqueio do nervo alveolar superior médio (ASM), recomendado para o tratamento de pré-molares em um quadrante;
8. Bloqueio do nervo alveolar superoanterior (ASA), recomendado para o tratamento de dentes anteriores em um quadrante;
9. Bloqueio do nervo maxilar (V2, segunda divisão), recomendado para tratamento vestibular, palatino e pulpar extensos em um quadrante;
10. Bloqueio do nervo palatino maior (anterior), recomendado para o tratamento dos tecidos moles e ósseos palatinos distais ao canino em um quadrante;
11. Bloqueio do nervo nasopalatino, recomendado para o tratamento dos tecidos moles e ósseos palatinos de canino a canino bilateralmente;
12. Bloqueio do nervo alveolar superior médio anterior (ASMA), recomendado para o tratamento extenso de dentes anteriores, tecidos moles e ósseos palatinos e vestibulares;
13. Bloqueio do nervo alveolar superoanterior – abordagem palatina (P-ASA), recomendado para o tratamento de dentes anterossuperiores, seus tecidos palatinos moles e ósseos.

Injeção Supraperiosteal

A injeção supraperiosteal, mais comumente (porém, incorretamente) chamada de infiltração local, é a técnica de anestesial local usada com mais frequência para a obtenção da anestesia pulpar nos dentes superiores. Embora seja um procedimento simples com elevada frequência de êxito, há algumas razões válidas para se usar outras técnicas (p. ex., bloqueios regionais de nervo) sempre que mais de dois ou três dentes estiverem envolvidos no tratamento. Múltiplas injeções supraperiosteais tornam necessárias múltiplas penetrações de agulha no tecido, todas com potencial de produzir dor, seja durante o procedimento ou após cessar o efeito anestésico, ou danos, permanentes ou transitórios, aos tecidos envolvidos (vasos sanguíneos, nervos). Além disso, e talvez ainda mais importante, o emprego de injeções supraperiosteais para anestesia pulpar em múltiplos dentes leva à administração de um maior volume de solução do anestésico local, com consequente aumento do risco (ainda que geralmente em grau menor em adultos) de complicações sistêmicas e locais. A injeção supraperiosteal é indicada sempre que os procedimentos odontológicos são confinados a uma área relativamente circunscrita, seja na região dos incisivos maxilares ou mandibulares.
Outros Nomes Comuns: Infiltração local, injeção paraperiosteal.
Nervos Anestesiados: Grandes ramos terminais do plexo dentário.
Áreas Anestesiadas: Toda a região inervada pelos grandes ramos terminais desse plexo: polpa e área da raiz do dente, periósteo vestibular, tecido conjuntivo e mucosa.

Bloqueio do Nervo Alveolar Superoposterior

O bloqueio do nervo alveolar superoposterior (ASP) é um bloqueio de nervo dentário comumente utilizado. Embora seja uma técnica que apresenta elevada frequência de êxito (> 95%), há vários aspectos que devem ser considerados em seu uso. Estes incluem a extensão da anestesia produzida e o potencial de formação de hematomas. Quando utilizado para obtenção de anestesia pulpar, o bloqueio do nervo ASP é eficaz para o terceiro, o segundo e o primeiro molar em 77% a 100% dos pacientes. No entanto, a raiz mesiovestibular do primeiro molar superior não é consistentemente inervada pelo nervo ASP. Portanto, uma segunda injeção, geralmente supraperiosteal, está indicada após o bloqueio do nervo ASP quando a anestesia efetiva do primeiro molar não ocorre. O risco de uma complicação potencial também deve ser considerado sempre que for usado o bloqueio do nervo ASP. A penetração da agulha muito distalmente pode produzir um hematoma inestético temporário (10 a 14 dias). Antes da realização de um bloqueio do nervo ASP, deve-se sempre levar em consideração o tamanho do crânio do paciente para determinar a profundidade de penetração nos tecidos moles. Uma profundidade “média” de penetração em um paciente com crânio menor que a média pode produzir hematoma, enquanto uma agulha introduzida “na medida certa” em um paciente de crânio maior pode não produzir anestesia de nenhum dente. Como forma de reduzir o risco de formação de hematoma após um bloqueio do nervo ASP, o uso de agulha odontológica “curta” é recomendado para todos os pacientes, exceto os maiores. Como a profundidade média de penetração nos tecidos moles do local de inserção (a prega mucobucal acima do segundo molar superior) à área do nervo ASP é de 16 mm, a agulha odontológica curta (≈ 20 mm) pode ser usada com sucesso e segurança. Há menor probabilidade de inserção excessiva da agulha, reduzindo a um mínimo o risco de hematoma. Uma agulha curta de calibre 27 é recomendada desde que a aspiração seja efetuada cuidadosamente e o anestésico local, injetado lentamente. Deve-se lembrar de aspirar várias vezes antes e durante a deposição do fármaco durante o bloqueio do nervo ASP, para evitar a injeção intravascular inadvertidamente.
Outros Nomes Comuns. Bloqueio da tuberosidade, bloqueio zigomático.
Nervos Anestesiados. Alveolar superoposterior e seus ramos.
Áreas Anestesiadas
1. Polpas do terceiro, segundo e primeiro molares superiores (todo o dente = 72%; raiz mesiovestibular do primeiro molar superior não anestesiada = 28%);
2. Tecido periodontal vestibular e osso sobrejacente a estes dentes.
As injeções supraperiosteal, no ligamento periodontal, intrasseptal e intraóssea são apropriadas para a administração na maxila e na mandíbula. As injeções do ligamento periodontal, intrasseptal, intracrista e intraóssea são injeções suplementares, um pouco mais importantes na mandíbula.

Bloqueio do Nervo Alveolar Superior Médio

O nervo alveolar superior médio (ASM) está presente apenas em cerca de 28% da população, limitando, portanto, a utilidade clínica deste bloqueio. Todavia, quando o bloqueio do nervo infraorbitário (alveolar superoanterior – ASA) não produz anestesia pulpar distal ao canino superior, o bloqueio do nervo ASM está indicado para procedimentos em pré-molares e para a raiz mesiovestibular do primeiro molar superior. A taxa de sucesso do bloqueio do nervo ASM é alta.

Nervos Anestesiados: Alveolar superior médio e ramos terminais.

Áreas Anestesiadas
1. Polpas do primeiro e segundo pré-molares superiores, raiz mesiovestibular do primeiro molar superior
2. Tecidos periodontais vestibulares e osso sobre estes mesmos dentes.

Bloqueio do Nervo Alveolar Superoanterior (Bloqueio do Nervo Infraorbitário)

O bloqueio do nervo ASA não tem a popularidade do bloqueio do nervo ASP, basicamente porque os profissionais não têm experiência com essa técnica, a qual apresenta elevada frequência de sucesso e é extremamente segura. Ela produz anestesia profunda da polpa e tecidos moles vestibulares, desde o incisivo central superior até os pré-molares, em cerca de 72% dos pacientes. Empregado no lugar das injeções supraperiosteais, o bloqueio do nervo ASA necessita de menor volume de solução de anestésico local para se obter uma anestesia equivalente: de 0,9 a 1,2 ml em comparação com 3,0 ml das injeções supraperiosteais dos mesmos dentes. De maneira geral, o principal fator que inibe os dentistas de usar o bloqueio do nervo ASA é o temor de uma lesão ao olho do paciente. Felizmente, este fato é infundado. O cumprimento do protocolo descrito a seguir levará à elevada taxa de sucesso,
sem complicações e efeitos colaterais adversos.

Outro Nome Comum. Bloqueio do nervo infraorbitário (tecnicamente, o nervo infraorbitário promove anestesia dos tecidos moles da porção anterior da face, e não dos dentes ou tecidos moles e duros intraorais; portanto, é inadequado chamar o bloqueio do nervo ASA de bloqueio do nervo infraorbitário).

Nervos Anestesiados
1. Alveolar superoanterior
2. Alveolar superior médio
3. Nervo infraorbitário
a. Palpebral inferior
b. Nasal lateral
c. Labial superior

Áreas Anestesiadas
1. Polpas do incisivo central superior até o canino superior do lado da injeção
2. Em cerca de 72% dos pacientes, as polpas dos pré-molares superiores e a raiz mesiovestibular do primeiro molar
3. Periodonto vestibular (labial) e osso destes mesmos dentes
4. Pálpebra inferior, aspecto lateral do nariz, lábio superior

Anestesia do Palato

A anestesia do palato duro é necessária para procedimentos odontológicos envolvendo manipulação dos tecidos moles ou duros do palato. Para muitos pacientes odontológicos, as injeções no palato são uma experiência muito traumática. Para muitos dentistas, a administração de anestesia no palato é um
dos procedimentos mais traumáticos que eles realizam em odontologia. Avisar ao paciente sobre a dor durante o procedimento permite que ele esteja mais preparado psicologicamente (“reforço psicológico”) e também diminui a responsabilidade do profissional quando ela ocorrer. Caso o paciente admita a presença de dor, o profissional pode consolar o paciente com um toque nos ombros e uma palavra gentil, confirmando novamente, tanto para o paciente como para ele próprio, que as injeções do palato sempre causam dor. Contudo, a anestesia do palato pode ser realizada de maneira atraumática. Na melhor das hipóteses os pacientes não perceberão a penetração da agulha nos tecidos moles e a injeção da solução de anestésico local (eles não vão sequer sentir). Na pior das hipóteses, quando o protocolo descrito a seguir for respeitado, os pacientes afirmarão que, embora tenham sentido algum desconforto, esta injeção palatina foi a menos dolorosa que já receberam.

Bloqueio do Nervo Palatino Maior

O bloqueio do nervo palatino maior é muito útil durante procedimentos odontológicos envolvendo os tecidos moles palatinos distais ao canino. Volumes mínimos de solução (0,45 a 0,6 ml) produzem anestesia profunda dos tecidos moles e duros do palato. Embora potencialmente traumático, o bloqueio do nervo palatino maior é menos traumático que o bloqueio do nervo nasopalatino, pois os tecidos que circundam o forame palatino maior não estão tão firmemente aderidos ao osso e por isso acomodam melhor o volume de solução depositado.

Outro Nome Comum. Bloqueio do nervo palatino anterior.

Nervos Anestesiados. Palatino maior.

Áreas Anestesiadas. A parte posterior do palato duro e os tecidos moles sobrejacentes, anteriormente até o primeiro pré-molar e medialmente até a linha média.

Bloqueio do Nervo Nasopalatino

O bloqueio do nervo nasopalatino é uma técnica muito valiosa para o controle da dor palatina, pois, com a administração de um volume mínimo de solução anestésica (no máximo um quarto do tubete), uma ampla área dos tecidos moles palatinos é atingida, minimizando assim a necessidade de múltiplas injeções do palato. Infelizmente, o bloqueio do nervo nasopalatino tem a característica de ser uma injeção que pode ser muito traumática. Em nenhuma outra técnica de injeção, a necessidade de seguir rigorosamente o protocolo de injeção atraumática é mais importante que no bloqueio do nervo nasopalatino. Duas técnicas para esta injeção são apresentadas. A primeira técnica envolve apenas uma penetração tecidual, lateralmente à papila incisiva na face palatina dos incisivos centrais superiores. Os tecidos moles nessa área são densos, firmemente aderidos ao osso subjacente e muito sensíveis; esses três fatores se combinam para aumentar o desconforto do paciente durante a injeção. A segunda técnica envolve três punções de agulha, porém, quando executada corretamente, é significativamente menos traumática que a técnica de perfuração única direta. Nela, os tecidos moles vestibulares entre os incisivos superiores são anestesiados (primeira injeção), e depois a agulha é direcionada a partir da face vestibular, atravessando a papila interproximal entre os incisivos centrais em direção à papila incisiva para anestesiar os tecidos superficiais nessa área (segunda injeção). Uma terceira injeção, aplicada diretamente nos tecidos moles palatinos sobrejacentes ao nervo nasopalatino, agora parcialmente anestesiados, é necessária. Embora, sempre que possível, deva ser preferida uma técnica com apenas uma perfuração, a segunda técnica pode produzir uma anestesia nasopalatina eficaz com um mínimo de desconforto.

Outros Nomes Comuns: Bloqueio do nervo incisivo, bloqueio do nervo esfenopalatino.

Nervos Anestesiados: Nervos nasopalatinos bilateralmente.

Áreas Anestesiadas. Porção anterior do palato duro (tecidos moles e duros) bilateralmente desde a face mesial do primeiro pré-molar direito à face mesial do primeiro pré-molar esquerdo.

Infiltração Local do Palato

Outros Nomes Comuns. Nenhum.

Nervos Anestesiados: Ramos terminais dos nervos nasopalatino e palatino maior.
Áreas Anestesiadas: Tecidos moles na vizinhança imediata da injeção.

Bloqueio do Nervo Alveolar Superior Médio Anterior

A injeção de bloqueio do nervo alveolar superior médio anterior (ASMA) representa uma injeção de bloqueio do nervo maxilar recém-descrita. Esta técnica promove a anestesia pulpar em múltiplos dentes superiores (incisivos, caninos e pré-molares) a partir de um único local de injeção no palato duro, aproximadamente na metade do caminho ao longo de uma linha imaginária conectando a sutura palatina mediana à margem gengival livre. A linha está localizada no ponto de contato entre o primeiro e o segundo pré-molar. Como o anestésico local é depositado no palato, os músculos da expressão facial e do lábio superior não são anestesiados. Um volume mínimo de anestésico local é necessário para produzir anestesia pulpar do incisivo central ao segundo pré-molar no lado da injeção. O bloqueio nervoso ASMA pode ser realizado com pouca ou nenhuma dor depois das técnicas básicas de injeção atraumática do palato descritas anteriormente. A injeção ASMA é mais corretamente descrita como um bloqueio de campo dos ramos terminais (plexo dentário subneural) do nervo ASA, que inerva os dentes incisivos aos pré-molares. Apesar dos estudos que sugeriram que o nervo ASM pode estar ausente numa porcentagem elevada dos indivíduos, um plexo dentário subneural completo deve estar presente para proporcionar inervação aos dentes pré-molares e incisivos em todos os pacientes. É o plexo dentário subneural do nervo ASA que é anestesiado durante na injeção do nervo ASMA. Duas estruturas anatômicas, a abertura nasal e o seio maxilar, causam a convergência dos ramos do nervo alveolar superior anterior e médio e plexo dentário subneural associado, na região dos ápices dos pré-molares. O local de injeção é na região de convergência dessas estruturas neurais. A injeção de um volume suficiente de anestésico local permite a sua difusão através dos canais nutrientes e do osso cortical poroso para envolver o plexo dentário subneural concentrado nesta região. A injeção do nervo ASMA pode ser especialmente útil para procedimentos odontológicos restauradores estéticos (cosméticos) em que o dentista deseja avaliar a linha de sorriso durante o tratamento. Além disso, esta injeção foi considerada muito útil para a raspagem periodontal e alisamento radicular na região maxilar. Ela produz anestesia profunda dos tecidos moles e da gengiva inserida dos dentes associados.  Vários procedimentos importantes devem ser seguidos para executar esta injeção de maneira confortável. Estas técnicas são mais facilmente executadas quando realizadas com um sistema C-CLAD; entretanto, essa injeção também se mostrou eficaz com a utilização de uma seringa odontológica de aspiração padrão.

Outro Nome Comum. Abordagem palatina do nervo alveolar superior médio anterior (ASMA).

Nervos Anestesiados
1. Nervo ASA
2. Nervo ASM, quando presente
3. Plexo nervoso dentário subneural dos nervos alveolar superoanterior e médio

Áreas Anestesiadas
1. Anestesia pulpar dos incisivos, caninos e pré-molares superiores
2. Gengiva inserida vestibular destes mesmos dentes
3. Tecidos palatinos inseridos desde a linha média até a margem gengival livre dos dentes associados

Abordagem Palatina-Alveolar Superoanterior

A injeção do nervo alveolar superoanterior por abordagem palatina (P-ASA), assim como com a injeção do nervo ASMA, foi definida por Friedman e Hochman em meados da década de 1990. A injeção P-ASA compartilha de vários elementos em comum com o bloqueio do nervo nasopalatino, mas difere o suficiente para ser considerada como um procedimento distinto. A injeção P-ASA utiliza um ponto de entrada semelhante (aspecto lateral da papila incisiva) ao do nasopalatino, mas difere no seu alvo final, que é a posição da agulha dentro do canal incisivo. O volume de anestésico recomendado para a injeção P-ASA é de 1,4 a 1,8 ml, administrado numa taxa de 0,5 ml por minuto. A distribuição da anestesia também difere entre estas injeções. O bloqueio do nervo nasopalatino promove anestesia à gengiva palatina anterior e ao mucoperiósteo e é recomendada para procedimentos cirúrgicos na região anterior do palato. Ela pode também servir como uma técnica suplementar para a obtenção da anestesia pulpar ao dente incisivo. A injeção P-ASA, em contraste, é recomendada como método primário para a obtenção da anestesia pulpar bilateral dos seis dentes anterossuperiores (incisivos e caninos). A injeção P-ASA também proporciona anestesia profunda dos tecidos moles da gengiva e do mucoperiósteo na região do terço anterior do palato inervada pelo nervo nasopalatino. Além disso, anestesia do tecido mole da gengiva inserida vestibular dos seis dentes anteriores é observada. Portanto, a injeção P-ASA constitui uma alternativa atraente para o controle da dor antes da raspagem e alisamento radicular, procedimentos restauradores estéticos e procedimentos cirúrgicos menores envolvendo a região da pré-maxila. O P-ASA pode ser apontado como a primeira injeção odontológica a produzir anestesia pulpar bilateral a partir de uma única injeção como seu objetivo principal, fazendo disso uma característica única desta técnica de injeção.
A injeção P-ASA é útil quando se deseja a anestesia dos dentes anterossuperiores sem uma anestesia colateral do lábio e músculos da expressão facial. Foi demonstrada como sendo desejável durante a raspagem e o alisamento radicular dos dentes anteriores. Ela também é benéfica quando procedimentos odontológicos estéticos anteriores são realizados. A linha do sorriso e a relação entre lábios, dentes e tecidos moles não podem ser determinadas com precisão quando uma anestesia pela abordagem tradicional (da prega mucovestibular) é utilizada, devido à paralisia dos músculos do lábio superior. A abordagem palatina permite que a anestesia seja limitada ao plexo subneural para os dentes anterossuperiores e nervo nasopalatino. O volume mínimo para esta injeção é de 1,8 ml administrado a uma taxa lenta de 0,5 ml por minuto.

Outro Nome Comum. Abordagem palatina do nervo ASA ou abordagem palatina do bloqueio de campo maxilar anterior.

Nervos Anestesiados
1. Nasopalatino
2. Ramos anteriores do ASA

Áreas Anestesiadas
1. Polpa dos incisivos centrais, laterais e caninos (em menor grau)
2. Tecidos periodontais vestibulares associados a estes mesmos dentes
3. Tecidos periodontais palatinos associados a estes mesmos dentes

Bloqueio do Nervo Maxilar

O bloqueio do nervo maxilar (segunda divisão ou V 2) é um método eficaz para produzir anestesia profunda de uma hemimaxila. Ele é útil em procedimentos odontológicos que envolvem quadrantes e em procedimentos cirúrgicos extensos. Duas abordagens serão apresentadas aqui. Ambas são eficazes e o autor não tem preferência por nenhuma delas. As principais dificuldades na abordagem do canal palatino maior ocorrem na localização do canal e na sua transposição bem-sucedida. A principal dificuldade na abordagem da tuberosidade alta é a maior incidência de hematoma.

Outros Nomes Comuns: Bloqueio da segunda divisão, bloqueio nervoso V2.

Nervo Anestesiado: Divisão maxilar do nervo trigêmeo.

Áreas Anestesiadas
1. Anestesia pulpar dos dentes superiores no lado do bloqueio
2. Periodonto vestibular e osso sobrejacente a estes dentes
3. Tecidos moles e osso do palato duro e parte do palato mole, medialmente à linha média
4. Pele da pálpebra inferior, lateral do nariz, bochecha e lábio superior

Fonte:

Malamed, S. F., 1944-Manual de anestesia local / Stanley F. Malamed; [tradução Fernando Mundim, et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 428p. : 28 cm. Tradução de: Handbook of local anesthesia, 6th ed.






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